São ensaios produzidos em vários domínios do conhecimento, a exemplo da história, educação, teoria literária e crítica cultural, encarando a Bahia como objeto de investigação. O ponto de partida é Canudos, para se repensar a interpretação de Euclides em Os Sertões, confrontada com a metáfora de Belo Monte, de Antônio Conselheiro, e dessa tensão vislumbrar, contemporaneamente, outros diálogos, outras perspectivas postas em movimento, principalmente, ao tomarmos como emergência a entrada em cena do Partido dos Trabalhadores e seus modos de governar o Brasil e a Bahia. A metodologia, articulada em cada texto, bem como a que dá forma e articulação ao conjunto deles para esta coletânea, envolve suspender, através do tempo de duração da leitura, a Bahia colonial de longa duração, suas violências simbólicas, estruturais, institucionais, escravistas, e, com essa suspensão provisória, tornar possível outras historicidades, outras escolas, outros aparatos de produção cultural, a emergência de outras línguas e sujeitos de direitos. Espera-se, com essa coletânea, oferecer aos leitores, estudiosos e pesquisadores, outras ferramentas para o trabalho multidisciplinar, além de uma imagem mais precisa da Bahia, suas instituições, seus agitadores culturais e educadores, visando a novos enfrentamentos contra os discursos e práticas da barbárie, que nunca abandonam a velha Bahia colonial. Sem cortes epistemológicos, como os que praticamos, aqui, não há como romper séries e padrões, muito menos vislumbrar frestas e linhas de fuga.