Publicado no Brasil sobre a prostituição judaica. Conhecidas como polacas, essas mulheres deixaram uma marca no folclore urbano brasileiro, embora o total de prostitutas e cáftens judeus que aqui chegaram, entre 1867 e o final da década de 30, não passe de 2 mil. Mais importante do que o número é a rejeição que este grupo sofreu por parte da comunidade judaica mais ampla, intransigente em seus valores morais. Num momento histórico em que os imigrantes judeus lutavam contra o preconceito da sociedade como um todo, era fundamental deixar claro que os envolvidos com a prostituição eram marginais da comunidade. Por isso, não se permitia que participassem de instituições como sinagogas, clubes ou sociedades beneficentes. Nem sequer se permitia que fossem sepultados nos cemitérios dos outros judeus. As polacas e seus cáftens, assim, criaram, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Santos, sociedades de beneficência e ajuda mútua independentes, organizadas exatamente nos mesmos moldes das que sempre foram características das comunidades judaicas em todo o mundo