Tendo seu lançamento precedido por momento de comoção - o da morte de sua autora -, 'Baladas' é a compilação dos três primeiros livros de poesia de Hilda Hilst: 'Presságio', de 1950; 'Balada de Alzira', de 1951; e 'Balada do festival', de 1955. A presente obra teve seu título atrelado ao caráter determinante de seu gênero poético: o da "balada", ou seja, poema escrito para ser acompanhado por música, sem rigidez no número das estrofes e marcado sobretudo pelo uso do estribilho, ainda que em Hilda este nem sempre apareça. Agraciada em 2002 com o Prêmio Moinho Santista pelo conjunto de sua obra poética, Hilda Hilst iniciou a produção de seus versos inspirando-se em temas românticos e corriqueiros, mas não sem importância: a dialética do homem que nasce inocente e morre no auge de sua lucidez, e da natureza que tudo toma e sepulta, devolvendo rosas ao mundo; a dor dos rompimentos inevitáveis; o aprisionamento da solidão; o desassossego do amor. A leitura dos três volumes em edição única permite ao leitor observar não só o ecletismo temático como o prelúdio da genialidade de Hilda Hilst. As gravuras que ilustram a obra, da autoria de Darcy Penteado e Clóvis Graciano, são as mesmas das edições originais. A publicação é apresentada pornota do organizador Alcir Pécora, professor de teoria literária da Unicamp, discorrendo sobre os aspectos da poesia da escritora. Na visão do crítico Anatol Rosenfeld, Hilda Hilst é louvável porque consegue transitar com resultados notáveis nos trêsgêneros fundamentais de literatura: a poesia lírica, a dramaturgia e a prosa narrativa. O escritor Caio Fernando Abreu considerou que a prosa ora barroca ora seca da escritora a coloca no patamar de gênios da língua portuguesa, comparando-a com nomes como Clarice Lispector. Leo Gilson Ribeiro, por sua vez, afirmou que Hilst "é a mais abissal e deslumbra