Em Brasília, bicicleta é chamada de camelo. Ônibus é baú - e também é GOL (grande ônibus lotado). Já o micro-ônibus é zebrinha. Sabe como é que chama retorno? Tesourinha. Todo mundo aqui vive usando a tesourinha. Rotatória é balão. Bairro é setor. Avenida é via (ou eixo). Rua é quadra. Edifício (prédio) é bloco. Bloco é prumada. E ponto de ônibus chamam de parada. Todo brasiliense da gema do ovo de codorna fala a expressão "brincar debaixo do bloco". Esse "debaixo do bloco" é o piso térreo, o rés-do-chão, até o parquinho infantil é "debaixo do bloco". Ah, sim, o térreo também é chamado de pilotis. Sabe aquele adesivo político que colocam no peito? Aqui é chamado de meleca. Ou seja, os políticos de Brasília fazem suas melecas e pregam-nas no peito dos eleitores. Todo e qualquer candidato em Brasília distribui melecas em campanha eleiitoral. E tem mais: periquito é maritaca, encanador é bombeiro e bomba é um tipo de sanduíche - o mais vendido no DF, por sinal. Agorinha (neste instante) é jazinho. Engomadeira é passadeira. Ventania é lacerdinha. Foi em Brasília onde surgiu o radar de trânsito, e onde ele recebeu o apelido de pardal. Aliás, tudo aqui tem apelido - pessoas, lugares, palácios... Nem as obras de arte escapam. A escultura A Justiça, em frente ao STF, é a ceguinha. O Palácio da Justiça é a cascata. Bolo de noiva é um anexo do Palácio do Itamaraty... Mas o palácio que mais possui apelidos é o Congresso Nacional, chamado de H, Torres Gêmeas e Vinte e Oito, entre outras alcunhas. Pois é, este livro é algo que nos pega pelo braço e nos conduz a uma viagem pelos eixos, quadras, setores, blocos, siglas e letras da capital do Brasil. Depois do bê-á-bá, o leitor vai conhecer Brasília por A+B. Ou por D+F.