Um país distante aos olhos do Ocidente já não é tão mais longe do que imaginamos atualmente. Hoje podemos ir lá, conhecer os mistérios, principalmente, podemos saciar nossa sede de conhecer o não vivido, de nos alimentarmos com a história e o cotidiano que antes parecia ser mais do que longínquo. Além da história, da formação política da China, esse país atraiu intelectuais, viajantes e observadores, como Franz Kafka em A muralha da China e Edgar Morin em Diário da China (Editora Sulina). É certamente um país que até hoje traz algo além de uma simples curiosidade: uma imensa vontade de compreensão.O olhar do viajante brasileiro Carlos Pinent e sua esposa em suas duas viagens ao continente chinês é este presente aos leitores, que na certa desejam conhecer um pouco mais desse gigante asiático. Sua aguçada maneira de descrever o cotidiano chinês, de investigar os lugares por onde passou, por onde tinha traçado caminhar, resultou num livro que é mais do que um ensaio, “aqui um livro compacto, que pretende ser exaustivo enquanto compacto”.A escrita de Pinent é um convite ao leitor a querer saber mais sobre o país que outrora era apenas um desconhecido lugar com uma superpopulação, mas que agora é também uma superpotência mundial. Um país que divide os interesses do capital ocidental e de sua cultura e que nos faz pensar e experimentá-lo com mais frequência. Enfim, a China é um lugar não ocidentalizado por completo que ainda permanece para o viajante ver e escrever.