A presente obra tem foco no BRICS, um agrupamento composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, mais conhecido por tratar de questões de desenvolvimento, economia e governança. A partir da leitura dos documentos finais de cada Cúpula do BRICS (Declarações e Planos de Ação) foi notada uma surpreendente menção aos temas de segurança internacional, a exemplo o terrorismo, sendo que o BRICS não é um fórum tradicionalmente voltado para segurança internacional e cujos membros possuem uma realidade doméstica distinta e problemas diferentes a lidar fora de suas fronteiras. Assim, a obra procurou responder: poderia isso indicar uma sobreposição de interesses entre seus membros? estaria o BRICS sendo usado como caixa de ressonância para o interesse de alguns de seus membros naquilo que se refereria à segurança internacional? e, considerando alguns de seus participantes como Rússia e China, seria o BRICS agora um agrupamento que para além da força econômica estaria se mostrando como um novo contraponto ao tradicional eixo de poder EUA-Europa em matéria de segurança internacional? quais os modelos de contraterrorismo adotados pelos membros do BRICS? qual o modelo de contraterrorismo declarado nos textos do BRICS? há coerência entre eles? Tais perguntas procuraram ser respondidas analisando o comportamento dos membros do BRICS de forma individual, e também no IBSA, Shanghai Cooperation ? SCO e ONU (Conselho de Segurança e Assembleia Geral), no BRICS (Declarações e Planos de Ação emitidos ao final de cada Cúpula do BRICS de 2009 a 2017), categorizados a partir de variáveis selecionadas com o uso de técnica de contagem de termos e com a aplicação do algoritmo para clusterização. Assim, foram trazidos aspectos não apenas qualitativos mas também quantitativos ? o que se mostra uma abordagem mais singular no campo das ciências humanas e sociais. A obra acabou também por identificar possíveis alinhamentos entre alguns países do BRICS em matéria de segurança internacional