O encontro com o Budismo pode ser devastador para alguns ocidentais, no sentido de desconstruir tudo o que uma pessoa aprendeu até o momento e descortinar uma nova realidade. O impacto não deixa pedra sobre pedra das concepções antigas. Basta ver que, na lógica do Budismo, todos os fenômenos são criados por nossa mente, sejam eles materiais ou psicológicos, não há o sobrenatural nem a ajuda divina para nossas agruras do cotidiano. Não há santos, deuses nem metafísica. Para ser um budista, não é preciso abandonar a vida, raspar a cabeça, vestir um manto amarelo e sair por aí recitando sutras. É preciso apenas perceber que as coisas são passageiras e que tudo o que se pode obter na vida também se pode perder. Buda veio ao mundo pela última vez com a missão de se iluminar e se tornar um exemplo a ser seguido. Para a prática budista, é necessário matar a mente impura por meio da meditação. Podemos escolher: ou a mente impura ou a iluminação. Pela meditação, é possível olhar ao nosso redor sem a intervenção da mente, ou seja, tomar conhecimento do que ocorre à nossa volta sem julgar, sem condenar, sem dizer sim ou não para tudo. Buda - O Mito e a Realidade pretende ser apenas um texto de divulgação escrito por um adepto da doutrina, mas consegue ser muito mais que isso.