Ao pensarmos sobre as bases em que se assenta o budismo, podemos entender que ele não se parece como uma religião, no sentido do que se conhece sobre cristianismo, judaísmo ou islamismo. Em essência, a orientação budista não é a do cultivo de uma crença em algo, mas a de provar, de experimentar, para assim se chegar ao saber. Por isso, nesta terceira edição, adicionamos um capítulo a mais neste livro, focalizando a prática e a experiência da meditação. Todos os ensinamentos ditados por Buda nasceram de uma experiência e não de uma especulação teórica. No Kãlãma Sutta, Buda diz: “não creias só porque te disseram. Não creias em tradições só porque se transmitiram durante muitas gerações. Não creias só porque muito acreditam. Não creias só porque está escrito em livros (sagrados). Não creias baseado na autoridade de mestres e de mais velhos.” O budismo surge da experiência de autoliberação do próprio Buda. Tudo o que ele diz remete diretamente à experiência que ele viveu, em solidão nas florestas da Índia. Mas, enfim, em que se fundamenta essa experiência? Qual o suporte que Buda usou para chegar à compreensão que o libertou?