Para continuar com a metáfora alimentar e matinal do título desta história, podemos dizer que ela é de fato muito saborosa e juvenil. De um sabor especial para jovens, que apreciam ler histórias movimentadas e com bom gosto. Esta se passa no fim do século XIX, anos iniciais da República recém-proclamada, envolvendo personagens puramente imaginárias que convivem com figuras históricas, que realmente existiram. A personagem principal é Anna, uma menina pré-adolescente, simpática, desinibida, voluntariosa e, pode-se dizer, pouco obediente aos pais, o que lhe permite, de forma quase intuitiva e muita coragem, duvidar de costumes e de práticas familiares e sociais de seu tempo e do meio em que vive. Uma grande fazenda de café no Vale do Paraíba, região fronteiriça entre os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais é o cenário movimentado das aventuras e histórias vividas por Anna, seus irmãos e primos, seus pais e tios, trabalhadores diversos, Lorenzo (um ex-militar algo misterioso), um fazendeiro inimigo e seus capangas, entre outros.Enfim, repitamos, uma saborosa e movimentada aventura, narrada com linguagem acessível, cuidados literários, preciosa e precisa informação histórica de época, problemas sociais e pessoais, envolvendo conhecimento da situação das mulheres, dos trabalhadores - especialmente os negros, logo após a Abolição da escravatura -, as crianças, a educação.