CAMPO E CIDADE NOS ROMANCES DE CLARICE LISPECTOR

Quando se pensava que nada mais novo poderia ser dito sobre a obra de Clarice Lispector, alguns assim o consideram, surge o Ewerton de Freitas analisando um novo aspecto da obra da autora. O autor observou “uma certa lacuna crítica da obra de Clarice Lispector, no aspecto campo e cidade” e seu olhar direcionou o texto acenando com esses dois espaços antagônicos que se completam. E assim, nos brindou com Campo e cidade na obra romanesca de Clarice Lispector, o que poderia não suscitar interesse, porém aqui despertou novas reflexões.

Naturalmente, seduzido pela obra de Clarice Lispector, o autor/leitor Ewerton de Freitas percebeu que a cada leitura exploradora dos textos da autora divisou o quanto atrativa e ampla ainda pode ser sua escritura.

O livro se compõe de 5 artigos, elaborados a partir de uma pesquisa que privilegia o campo e a cidade mas que apesar de terem “uma certa independência possuem o mesmo fio articulador”. No primeiro artigo, Entre o campo e a cidade, entre o sagrado e o profano: o lustre de Clarice Lispector, o autor pontua que a diferença entre cidade e campo não é profunda, deixando uma sensação de vazio, misto de contentamento e insatisfação. Em A hora da estrela: diálogos com o campo, com a cidade, com Clarice, título do segundo artigo, o autor analisa imagens recorrentes que perpassa todo o romance. Campo, cidade e experiência em Clarice Lispector é o quarto artigo. Aqui, a natureza é metaforizada e desemboca em direção à liberdade. A seguir Campo e cidade em a Maçã no escuro de Clarice Lispector trata da incomunicabilidade versus o diálogo entre as pessoas. Campo e cidade em a Cidade sitiada: euforia e desencantamento, quinto capítulo, aborda as nuances de um jogo antitético entre a metrópole e o subúrbio.