Este é o primeiro estudo de fundo em torno da obra poética de António Oliveira Cruz. Ao longo dos onze capítulos que compõem este livro, pode o leitor familiarizar-se com o corpo de ideias expressas na poesia do autor. A poesia de António Oliveira Cruz revela-nos a dimensão desse abismo onde o homem cai por condição natural; revela-nos a sua extrema fragilidade, a sua trágica contingência. Mas revela-nos também a dimensão imortal do amor humano na sua relação com o divino. Estes aspectos, com os quais o homem contingente nem sempre se preocupa, são algo incómodos para o leitor desprevenido. Só por isto, estamos perante uma obra que merece a atenção do leitor. Trata-se de uma obra discreta, pouco dada à publicidade; é uma obra que merece ser descoberta apenas por quem está disposto a encontrá-la; é uma obra que exige um leitor peculiar. Reside aqui o único objectivo deste livro: preparar o leitor para a descoberta dessa obra, de modo a dar-lhe os indicadores para que possa seguir sozinho o seu percurso. É o mesmo que desbravar uma floresta virgem: não existem limites para a aventura.