O propósito deste livro é entender como se forma o imaginário coletivo de um acontecimento, tornado escândalo político-midiático, formado a partir de intensa cobertura da imprensa, com idas e vindas, ditos, desditos e contraditos, forjado sob uma narrativa de certo modo arquetípica a conduzir a trama. [...] percorre um trajeto que começa alguns séculos antes do crime do prefeito [Celso Daniel, de Santo André, SP] e termina alguns anos depois. Tenta traçar uma arqueologia da narrativa tanto do jornalismo quanto da literatura modernos, a forma como se hibridizaram em seus modos de contar estórias e dar as pistas para o que pensamos sobre a morte de um personagem político. E mais, também procura mostrar como funciona o jornalismo, principalmente o que se pretende investigativo, e suas engrenagens, nem sempre bem azeitadas, na cobertura de acontecimentos complexos e polêmicos. [...] traz um vasto panorama dos episódios da trama, contados pela imprensa, o qual, acreditamos, vai fornecer as pistas necessárias para que o leitor tire suas conclusões. E, mais que isso, tenha elementos para compreender como um fenômeno social torna-se um enigma, um ponto misterioso na imaginação das pessoas a partir da construção de sua história pela mídia. Uma História do presente, do imediato, portanto, instável e inconclusa. Tão aberta que permite as mais variadas interpretações.