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Sinopse
Catatau
(1975) de Paulo Leminski é umas das obras-primas da literatura brasileira de invenção do século 20. Escrito durante quase uma década, esse “romance-ideia”, como o denominou o autor, é um monólogo onírico de René Descartes em visita a Pernambuco no período holandês. Diante do absurdo da natureza dos trópicos e dos costumes dos indígenas, o filósofo vê sua razão naufragar: “Duvido se existo, quem sou eu se esse tamanduá existe?”, pergunta. Num texto lúdico, parodiando as narrativas dos viajantes e empregando recursos do Concretismo e do Tropicalismo, Leminski cria uma fábula inovadora e radical, firmando-se como um dos grandes explicadores do Brasil.
O leitor tem em mãos um clássico da literatura brasileira recente. O
Catatau
(1975) de Paulo Leminski é um texto experimental que se filia à grande tradição das novelas satíricas e filosóficas, tais como
Gargantua
de Rabelais,
Gulliver
de Swift,
Jacques, o fatalista
de Diderot,
Robinson
Crusoe
de Defoe. Tanto é que o núcleo da fábula do
Catatau
trata de uma insólita vinda do filósofo René Descartes a Recife, no tempo do Brasil holandês. Submetido ao trópico e à exótica natureza tupiniquim, após fumar certa erva que lhe sequestra a clareza de pensamento, René Descartes, ou simplesmente Cartésio, delira enquanto espera a vinda do oficial do exército da Companhia das Índias Ocidentais, o polonês Krzysztof Arciszewski, o qual ficou de lhe explicar esse inabordável Brasil.
O
Catatau
é, pois, um texto de vanguarda que trata de assuntos afeitos aos séculos 16 e 17. Nele o autor emprega recursos como neologismos, aforismos, filosofemas e trocadilhos
nonsense
, parodiando clássicos portugueses, constituindo-se em verdadeiro tesouro de invenção prosódica da língua, que une o falar culto ao popular. Nesse sentido o
Catatau
pode ser encarado como um romance Tropicalista, Concretista, Neobarroco.
Construído como um caudaloso solilóquio, o personagem Cartésio exibe aquela “erudição ostentosa” de que fala Sérgio Buarque de Holanda em
Raízes do Brasil
. Porém, Cartésio tem seus pensamentos desestruturados pelo Gênio Maligno que interdita a razão, personificado no monstro Occam, cuja presença no
Catatau
é sentida pelo maior ou menor grau de ilogicidade do discurso do personagem-filósofo.
Fruto das tensões dialéticas entre verborragia e silêncio, razão e loucura, beatitude e danação, repouso e movimento, ser e devir, o
Catatau
é um permanente convite à interpretação, e um tributo às mil alegrias da escritura.
Maurício Arruda Mendonça
Paulo Leminski (1944-1989) foi poeta, narrador, crítico, tradutor, letrista de música popular e jornalista cultural. Sua bibliografia compõe dezenove livros, dos quais esta editora publicou:
Metaformose
(1994),
Ex-estranho
(1996) e
Winterverno
, com João Suplicy (2001).
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788573213362 |
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Biografia do autor | Paulo Leminski Filho foi um escritor, poeta, crítico literário, tradutor e professor brasileiro.Tinha uma poesia marcante, pois inventou um jeito próprio de escrever, com trocadilhos, brincadeiras com ditados populares e influência do haicai, além de abusar de gírias e palavrões, tudo de forma bastante instigante. Formação: Colégio Estadual Presidente Caetano Munhoz Rocha, Colégio Estadual do Paraná |
Pré venda | Não |
Peso | 376g |
Autor para link | LEMINSKI PAULO |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 23 x 16 x 1.4 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 256 |
Número da edição | INDEFINIDO |
Código Interno | 637616 |
Código de barras | 9788573213362 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | LEMINSKI, PAULO |
Editora | ILUMINURAS |
Sob encomenda | Não |