Não deve o catecismo ser por excelência o livro de vulgarização em que o povo alimenta a sua fé? As verdades religiosas não devem ser apresentadas sob forma de esqueleto e com os mais elementares contornos; não devem ser ensinadas num tom seco e uniforme. Acrescento que procurei dar ao meu catecismo popular o desenvolvimento de um ser organizado: um catecismo deste teor alarga os conhecimentos religiosos das crianças como que por circunferências concêntricas, e é assim que eu entendo um bom catecismo. Assim como a árvore, crescendo, não muda continuamente de troncos e ramos, assim o cristão, crescendo no conhecimento da verdade religiosa (II Pd, 111, 12), não deve perpetuamente modificar a base sobre que assenta este conhecimento. Um arquiteto nunca arrancará os alicerces para alevantar um pouco o edifício! Eis por que convém empregar no ensino religioso um só manual de instrução. Quem o estudar a fundo, não será na sua vida simplesmente um cristão de nome; dele se dirá: “Receio o homem de um só livro”. E se são precisos absolutamente muitos manuais, que ao menos sejam redigidos segundo um único sistema. O grande catecismo deve conter totalmente o pequeno; por outras palavras: o grande deve germinar do pequeno. Ora se no grande catecismo distinguimos pela diferença do tipo a matéria que é para os pequenos e para os maiores, os catecismos pequenos e médios deixam de ser indispensáveis ao lado do grande. Se as crianças têm sempre o mesmo livro, a memória local recebe notáveis auxílios.
Comece, pois, este livro cristão a sua viagem pelo mundo! Possa ele contribuir muito para a glória de Deus e para a salvação das almas, e sobretudo auxiliar o trabalho dos catequistas. Para lhe assegurar a bênção de Deus, dediquei-o à Mãe de Deus, à Imaculada Conceição.
Francisco Spirago