"Um dos melhores livros sobre filmes que eu já li." (Nick Hornby) Estados Unidos, 1968: Martin Luther King acaba de ser assassinado, e a entrega do Oscar tem que ser adiada. No páreo pela estatueta de melhor filme concorriam Bonnie and Clyde, A primeira noite de um homem, O fantástico doutor Dolittle, Adivinhe quem vem para o jantar e No calor da noite. Dois dias depois a cerimônia acaba acontecendo, mas, independentemente do vencedor, o cinema norte-americano nunca mais seria o mesmo. A partir da história de como essas cinco produções foram escritas, produzidas, dirigidas, editadas, divulgadas e recebidas pelo público, Mark Harris traça um painel cultural do embate que estava acontecendo entre a velha e a nova Hollywood; uma revolução que levou o mercado cinematográfico norte-americano a se renovar. Entre os cinco concorrentes a melhor filme de 1967, A primeira noite de um homem e Bonnie and Clyde eram os grandes representantes desse novo estilo de fazer cinema. O primeiro foi um marco de chamada produção independente, com um protagonista - o estreante Dustin Hoffman - que em nada lembrava os grandes galãs de Hollywood. O segundo, produzido por Warrer Beatty, foi escrito por dois jornalistas que, embalados pela nouvelle vague, imaginaram um diretor francês para o filme americano e criaram um roteiro no qual a violência era pela primeira vez mostrada sob um enfoque tão cru. Naquele emblemático ano, a Academia selecionou cinco filmes que refletiam questões da pauta do dia da sociedade norte-americana, como a revolução sexual - até então mascarada pelo rígido Código de Produção, que ditavam as diretrizes morais dos filmes - e a segregação racial, temática presente tanto em Adivinhe quem vem para jantar como em No calor da noite. Com este instigante tour de force sobre a história recente do cinema, Mark Harris transporta o leitor no tempo e no espaço para os bastidores da maior indústria cinematográfica do mundo em seu momento de inflexão, num livro que se tornará obrigatório para os observadores da sétima arte.