Chico da Silva foi um fenômeno sem precedentes no meio artístico do Brasil. Foi autor de uma pintura que quase todos nossos pais e avós tinham na parede de suas casas, trazidas como souvenir de uma viagem ao exótico e ensolarado Nordeste brasileiro dos anos 70. O artista chegou inclusive a ter uma loja de vendas de suas pinturas no aeroporto de Fortaleza, mas sua vocação nunca foi de empresário, apesar de chegar a produzir em escala, graças a alguns assistentes-artistas ...algo corriqueiro atualmente também entre os artistas contemporâneos. Chico era analfabeto e teve que aprender a “desenhar” sua assinatura. O ato de inverter o “D” e o “S” de seu nome, transformou-se acidentalmente em uma marca registrada sua. Teve um princípio profissional sofrido, mas depois cultuado, figurando no imaginário que temos dele como o de um artista puro e ingênuo...o que de uma certa maneira foi verdadeiro. Seus clientes e críticos de sua obra enxergavam uma ancestralidade amazônica, criativa e pura na realização de sua pintura habitada por uma fauna fantástica. Hoje, cada vez mais preocupante a questão climática no planeta, podemos encontrar nos temas pintados por Chico um paralelo surpreendentemente atual. Uma grito de alerta, vindo destes seres, de que necessitamos saber conviver com a natureza.