Em junho de 2013, o Brasil assistiu a uma cena histórica, quando quase dois milhões de manifestantes foram às ruas em mais de 300 cidades para protestar contra o aumento de preço nos transportes coletivos, a qualidade dos serviços médicos, os gastos públicos exorbitantes, a corrupção política, etc. Foi a maior mobilização desde o levante contra o presidente Fernando Collor de Mello, que teve adesão de 84% da população e levou ao seu impeachment, o primeiro da América Latina. Em 1992, os veículos de comunicação de massa foram os responsáveis pela disseminação das 'verdades' por trás da eleição e do governo Collor, que incluíam, entre outros escândalos, loteamento de cargos públicos, cobrança de propinas de políticos e empresários e lavagem de dinheiro. 21 anos após os 'caras pintadas' irem às ruas protestar em tom uníssono ao que liam e ouviam nos meios de comunicação, a forma de protesto é distinta. Agora, a população é quem faz uso massivo e ativo das redes sociais e das mensagens instantâneas. O ciberespaço é onde se sentem à vontade para expressar opiniões, donas de si mesmas e de sua liberdade. Em busca de uma melhor compreensão desse fenômeno, Magaly traz em Ciberativismo e noticiário: da mídia torpedista às redes sociais um estudo relevante para o leitor interessado não apenas no Jornalismo e nas tecnologias digitais que o transformam radicalmente dia após dia, mas também mostra como um ambiente instaurado nas redes — com consequências nas ruas — e a cobertura dele provocaram uma quebra de paradigma na imprensa tradicional, que está 'insensível aos novos modos de reportar, para dar lugar (sem volta) a uma mídia livre e independente'.