Por ocasião das comemorações dos 110 anos de nascimento do artista, a Edições Pinakotheke, apresenta o livro 'Cícero Dias: 1907-2003'. A edição conta com textos de Angela Grando, Max Perlingeiro e Waldir Simões de Assis Filho, cronologia, uma seleção da sua correspondência ilustrada com amigos – artistas e intelectuais e reprodução de todas as obras apresentadas na exposição sobre o autor, realizada pela Galeria Multiarte em Fortaleza, de 30 de março a 5 de maio de 2017. Cícero Dias viveu intensamente a cena artística no Rio de Janeiro. Da sua primeira exposição em 1928, até sua ida para Paris em 1937, integrou-se no início dos movimentos modernistas, foi amigo de artistas, escritores e intelectuais, participou do Movimento Antropofágico lançado pelo Manifesto de Oswald de Andrade (1890-1954), expôs em Nova York e fez parte do Salão Revolucionário de 1931 – um marco no modernismo brasileiro, organizado por Lúcio Costa (1902-1998). Retira-se para Recife, onde monta ateliê e continua a trabalhar intensamente. A longa experiência do pintor na Europa foi das mais intensas, tanto no plano cultural, convivendo com artistas modernos exponenciais do século XX e participando de movimentos e exposições notáveis, quanto no plano das aventuras de um homem corajoso e amante da liberdade, durante os anos sombrios da Segunda Guerra Mundial. A partir daí, sua arte tem mantido as encantadoras espontaneidade e originalidade, com uma assumida poética visual que, em determinado momento, enfrentou os desafios do abstracionismo, e deles extraiu a ambição de horizontes cada vez mais amplos.