Como um cara normal, na dele, que não faz mal a ninguém, pode ir parar de repente no centro do lamaçal político de Brasília? Em sua rotina, o grande conflito era driblar a patrulha da patroa para jogar a pelada semanal em paz. E é na sua noite de glória, radiante por ter driblado (além da patroa) um adversário com o sensacional "elástico", que sua vida começa a virar de cabeça para baixo. A cada página de Cinco contra Um, o mergulho na mente simples de Moacir Stein, o Moa, fica mais alucinante. A espiral começa logo depois de um futebol sem compromisso, numa quarta à noite, quando sua esposa, Marilda, anuncia que está indo pra Brasília, ocupar um cargo em um dos ministérios do governo Lula. Moa, não tão esperto, mas nem tão bundão, logo descobre que está sendo traído pelo próprio chefe. Pra piorar a situação, a filha decide mudar-se com a mãe depois de flagrá-lo nu enquanto assistia tranquilo a um filme pornô. Tudo sempre pode piorar. Moacir é acusado de assédio sexual pela estagiária e é o principal suspeito do assassinato de seu sócio. Mais imóvel do que nunca, é atrás das grades que o anti herói de Beto Silva vai contar com a ajuda de Neco, advogado de porta-de-cadeia que vai fazer só o que for possível para ajudá-lo. "Em permanente dúvida sobre se é ou não um bundão, Moa toma atitudes que só pioram a sua situação. Quando não faz nada, as coisas pioram também. Estamos diante de um perdedor nato. Mas isso não vai ficar assim não", garante o jornalista, escritor e leitor de Beto Silva, Guilherme Fiuza. Cinco contra Um é um thriller psicológico com adrenalina suficiente para provocar boas risadas, tanto pela graça quanto pelo nervosismo.