O livro Cinelândia: narrativas sem fim de um território carioca parte do pressuposto de que determinados lugares da cidade constituem-se enquanto territórios de socialidade e influenciam o processo de subjetivação das pessoas que neles convivem. Propõe-se o conceito de território de socialidade, isto é, alguns territórios apresentam características peculiares, que os tornam mais propensos ao exercício da socialidade. A Cinelândia, entendida enquanto um território de socialidade, foi palco de momentos significativos na história cultural e política da cidade do Rio de Janeiro, e mantém-se sempre viva em significado. O livro traz a narrativa de 17 pessoas vinculadas de alguma forma à Cinelândia. A obra propõe um panorama em uma perspectiva macro, o multiculturalismo na formação das cidades, passando pela construção política e social do Rio de Janeiro, indo à história da Cinelândia, chegando à constituição coletiva do sujeito e à subjetividade das narrativas e concluindo com o micro, as narrativas de cidadãos comuns sobre as suas vidas em relação com a Cinelândia. A autora sugere ser necessário romper com qualquer ilusão de homogeneidade, com a naturalização da cidade, com a noção de sujeito determinado e de uma verdade única, para finalizar com a noção de que a Cinelândia só existe enquanto território de socialidade porque ela coexiste com os sujeitos que nela exercem suas trocas de socialidade. E são as histórias de cada um dos sujeitos que fazem a história da Cinelândia uma história sem fim.