Nascido em Mascara, Algéria, em 1933, Fred Forest é um dos artistas mais importantes para o desfecho de uma virada fundamental nas artes visuais que ocorreu a partir dos anos 70. Em 1967, apresenta A cabine telefônica, um dos primeiros trabalhos de videoarte realizados na França. Desse momento em diante, lança-se em uma pesquisa incessante rumo às novas possibilidades estéticas abertas pelo universo midiático. As ações de Forest - irreverentes - incluem a apropriação dos meios de comunicação para criar circuitos paralelos ao circuito midiático estabelecido. Provocam muitas vezes ruídos, criam estratégias que subvertem, e colocam em evidência os jogos ocultos da mídia. O rompimento com os espaços protegidos corresponde a uma cartografia artística que engloba não somente as ações que se expandiram para as ruas por meio de performances e 'graffitis' em 70, mas ao recente ressurgimento de grupos de ativismo artístico com características sócio-políticas. Não por acaso, a interlocução com o público é um dos elementos centrais da experimentação estética de Fred Forest, que é um construtor de circuitos paralelos. Ele utiliza os meios de comunicação como ferramenta artística, desestabiliza os circuitos instituídos e constrói espaços coletivos de intervenção rumo ao que ele e seus colaboradores chamariam de Estética da Comunicação e Arte Sociológica. Ao fazê-lo, como diria Walter Benjamin, produz um curto-circuito, uma iluminação profana que faz o indivíduo perceber o poder de manipulação da informação e, paralelamente, participar dos circuitos comunicativos engendrados pela arte.