Ao passo que o crescimento econômico se configurou no critério máximo de boa governança, e justamente a partir dessa condição tudo foi resumido com a expectativa maior voltada para melhorar as condições de vida humana, a economia e os homens mudaram sistematicamente a face e a estrutura da Terra. Com a política de crescimento orientando nossa caminhada civilizatória, passamos a alicerçar nossas dependências materiais. Desde então, o ordenamento quantitativo - essência do crescimento - ganhou primazia. Expandir é a regra. A receita, única e diretiva, é a de produzir cada vez mais, mesmo que implique em transgredir os limites planetários. No lugar de se procurar consolidar um pouco mais os consagrados objetivos universalistas – a democracia, a liberdade, o bem-estar social e os direitos humanos, por exemplo – é o crescimento econômico que avança entre nós. O problema é que esse crescimento não tem sido minimamente “consciente” em relação à causa ecológica, tampouco é sensível ao equilíbrio planetário. Pode parecer cândido tal constatação, no entanto, importa reiterar um ponto e, de imediato, observar outro: (i) se o crescimento econômico do mundo global pode ser visto como um dos maiores feitos da civilização humana, ele tem sido marcado pela ausência de uma lógica consciente e de um compromisso maior com a causa do meio ambiente; e, (ii) se o crescimento tem gerado algum benefício à economia, ele também tem resultado em prejuízo à ecologia. Quem se dispuser a olhar com alguma atenção para o mundo moderno imediatamente poderá observar um relacionamento conflituoso entre o Homem e sua Economia; e entre esta e a Natureza (matriz de nossa existência). Para virar essa página repleta de conflitos, colapsos e, no extremo, de tensões estruturais, nossa sociedade moderna deve aprender ao menos duas lições básicas e elementares: a usar de forma racional os recursos naturais e energéticos da biosfera, e a adquirir um mínimo de conscientização ambiental que faça com que boa parte dos terranos, do jeito mais simples ao mais complexo, entenda de uma vez por todas que, em vários casos, menos é mais.