Saiba como o Estado Islâmico se tornou o mais poderoso grupo terrorista mundial. Esta é a história dos seus protagonistas e dos portugueses que contam aqui porque decidiram viver e morrer em nome da sua bandeira negra. Quando o fotojornalista John Cantlie regressou ao Reino Unido, após uma semana de cativeiro na Síria, no Verão de 2012, revelou às autoridades um dado inquietante: entre os seus raptores havia vários britânicos. Após alguns meses de investigações, os serviços secretos identificaram um grupo de portugueses residentes em Londres, convertidos ao Islão, que tinha viajado para a região. A probabilidade de estarem envolvidos no rapto do repórter era grande. Um desses homens continuava na zona, a circular através da fronteira entre a Turquia e a Síria. Informados pelos britânicos, desde então que os serviços e forças de segurança portugueses seguem a actividade de Nero, Celso, Edgar, Fábio, Sandro, das suas mulheres e de alguns amigos também com nacionalidade portuguesa. Um deles chegou mesmo a ser detido em Janeiro de 2013, no aeroporto de Gatwick. Esta vigilância permitiu identificar transferências de dinheiro para Lisboa e a sua entrega em mão a candidatos a jihadistas que passaram por Portugal a caminho da Síria. A eles juntaram-se outros combatentes portugueses. Filhos de emigrantes, nasceram em França, Holanda e Luxemburgo e formam o contingente de cidadãos com passaporte nacional a combater nas fileiras do Estado Islâmico. O que leva cidadãos aparentemente pacíficos a transformarem subitamente a sua vida e ingressar num mundo de violência e terrorismo? E como foram recrutados para o Estado Islâmico? Porque se converteram ao Islão? Qual o seu papel na estrutura do grupo? O jornalista Nuno Tiago Pinto responde a estas e a outras perguntas ao longo de um livro inquietante sobre uma realidade mais próxima de nós do que muitas vezes pensamos.