A comida típica da Bahia é uma das mais requintadas do mundo pelo fato da sua origem africana, pois quase todos os pratos baianos foram trazidos pelos nossos antepassados de além-mar. Achando que seria útil escrever alguma coisa sobre as comidas de santo achei por bem elaborar o presente livro referente a cozinha africana, para melhor orientar todos os chefes de terreiros que labutam diariamente com os orixás. Assim sendo vai aqui explicado como se prepara a comida do santo. Rendendo graças aos nossos orixás foi me possível transportar para o livro aquilo que de mais os orixás apreciam. Quero antecipar aos leitores, que toda e qualquer comida de santo é preparada em panelas de barro, e cozinhada com fogo de lenha ou carvão, nunca em panela de alumínio, e tampouco em fogão a gás ou querosene. Os quitutes da cozinha africana pertencem a duas categorias: Uns s são destinados às cerimônias do culto e outros ao público assistente. No preparo das comidas do santo, devem ser observados vários preceitos, inclusive a não permanência das mulheres menstruadas nas cozinhas. Essas comidas são sempre preparadas pela iabá da casa(Iabacê) com suas vestes ritualísticas e as contas do seu anjo da guarda. Como disse acima as panelas devem ser de barro e a colher para temperar e, geralmente, colher de pau. Até mesmo o modo de abanar e mexer a panela e diferente do usual: não se abana para a direita e esquerda mas sim sempre para a direita, como para mexer nunca se faz para frente e para trás mas sempre para frente. Às vezes depois de pronta a comida, joga-se os búzios ou a alobaça (cebola) para se saber se de jato a comida foi aceita pelo orixá. Em caso contrário a comida será distribuída para os presentes filhos da casa, e logo a seguir é feita nova comida para o orixá.