Richard Carlson resolveu mudar um pouco o rumo da prosa da bem-sucedida série "Não faça tempestade em copo d´água...", iniciada em 1997 e responsável pela venda de milhares de livros. Desta vez, o autor ensina a encarar as grandes crises que podem atingir qualquer um, as "tempestades", que desafiam a fé e abalam a esperança de que os problemas passe logo e tragam a tão esperada bonança. Seguindo o mesmo estilo dos livros anteriores, com capítulos curtos e um texto leve e otimista, Carlson aqui lida com questões complicadas, como a morte e a depressão. "Quando os riscos são altos, só uma coisa importa: o amor." Ele cita os atentados de 11 de setembro de 2001 para ressaltar que nos aviões seqüestrados quem conseguiu telefonar para alguém só ligou para quem realmente amava e não para o "corretor de seguros". Um dos capítulos mais interessantes do livro é o que mostra como as pessoas agem errado ao lidar com a dor e o sofrimento, fugindo ou tentando ignorar o que aconteceu. "A necessidade de sofrer não desaparecerá porque você fugiu dela ou se virou em outra direção." Enfrentar o desconhecido, tarefa das mais difíceis, é o remédio amargo que o autor indica para se lidar com questões como a morte de uma pessoa querida ou uma doença incurável. Da mesma forma, o fracasso, outra palavra perigosa, é avaliada com bastante clareza por Carlson. "É um verdadeiro dom ser capaz de saber que o fracasso nada mais é do que uma ficção espertamente disfarçada em decepção." Ele explica que após um evento que não deu certo as pessoas, em vez de superarem a fase adversa e seguirem em frente, mantêm o problema vivo na imaginação e no pensamento. "E a única maneira de você ser um fracasso é pensar que é um fracasso." Uma das definições irônicas de Carlson sobre a vida é que ela é "um erro após o outro com um intervalo de tempo entre eles".