Esta história surgiu numa madrugada chuvosa de outubro em Curitiba, em meio a pensamentos em relação à vida, às histórias do cotidiano, a imagem do ‘surto’ de um aluno de sete anos, que ‘odeia’ sentir-se sozinho e me escolheu para conversar, quando ninguém mais se fazia confiável, nem ele mesmo! Nasceu em meio à chuva, a insônia e a ideia de que é preciso trabalhar valores que estão cada vez mais distantes da humanidade. Meu desejo é que mães (de barriga ou adotivas) possam entender a bagunça que às vezes está na cabeça da criança e dela mesma, que pais e professores entendam o adolescente, que intervenham quando o bullying se faz presente e superem a conivência ou omissão de quem tem obrigação de proteger, de ensinar, mas usa palavras frustrantes tais como: “ignore” ou “mas o que lhe disseram, é verdade!”; enfim. Que os adultos possam ser confiáveis na intervenção de um assédio, no medo inocente que só a criança, o adolescente ou o jovem conhece o tamanho, lembrando que etapas da vida precisam ser vencidas e não derrubadas, pois barreiras humanas são criadas em uma palavra e não construídas como tijolos; precisamos entender que as vezes 1 (uma) palavra apenas cria a barreira invencível e eterna. Comigo foi assim. Porque digo isso? Porque no dicionário confiança significa segurança íntima, esperança firme, mas também INSOLÊNCIA E ATREVIMENTO; que tipo de confiança eu e você exercemos? Confiar é “ter fé, acreditar e esperar”. Confiar é entregar a alguém um segredo; é se entregar sem ter medo; significa ir além de resolver problemas, de inventar soluções ou aprisionar segredos, é simplesmente poder confiar! Um misto de energia, sinergia, euforia, de intimidade, escolhas, ações...aprendizagem; sentimentos inaprisionáveis, se é que não estou aqui cunhando um termo, creio que todos entenderão, afinal: amigos nem sempre cabem nos dedos de uma mão.