Quando falamos dos problemas da educação atual, não nos referimos a uma ou outra decisão política equivocada, mas a correntes de pensamento muito influentes. O debate costuma ser um cabo de guerra entre duas posições: o “progressivismo” e o “tradicionalismo”. Essas duas perspectivas têm como base ideias diferentes sobre o ser humano e a sociedade: a escola tradicional almeja transmitir o melhor do conhecimento que temos hoje às novas gerações, para que os jovens não sejam obrigados a partir da estaca zero; os progressistas, pelo contrário, acreditam que o melhor está no futuro e não querem transmitir do passado nada além do necessário. Bem, já faz mais de meio século que as experiências com a tal educação progressista, e os resultados das pesquisas sobre o cérebro humano, apenas reforçam os argumentos dos tradicionalistas. Não obstante, ainda há ideólogos e movimentos que insistem em reforçar essas agendas.
Este livro pretende mostrar os laços estreitos que existem entre a pedagogia, a política e a filosofia. Começaremos explicando os termos “pós-modernismo”, “socioconstrutivismo” e “construtivismo pedagógico”, passando por temas como o igualitarismo, o desenvolvimento sustentável, a teoria de gênero e o multiculturalismo. Depois, faremos uma breve apresentação de alguns dos mais famosos precursores da pedagogia em voga, como Dewey, Vygotski e Piaget.
Aqui se faz, sim, uma crítica pesada ao pós-modernismo no campo da educação, mas também se transmite uma mensagem de esperança, de que as ideias equivocadas podem ser substituídas por outras. Sabemos que é difícil argumentar com os pós-modernistas; a autora, porém, busca provocar, nos construtivistas, pelo menos uma dissonância cognitiva, ou seja, a constatação de que suas crenças são contraditórias.