A eleição de Jorge Mário Bergoglio em 2013 como Papa Francisco foi motivada pela necessidade de um conjunto de reformas requeridas há bastante tempo. A reforma institucional não tem trazido tanta preocupação como o enfrentamento dos problemas éticos e morais presentes nas fileiras eclesiais. Coragem e firmeza têm sido as marcas do novo papa diante das reformas e dos abusos sexuais. Para o Brasil, a realização do Sínodo da Amazônia, que envolveu a Igreja de nove países amazônicos foi a concretização de um caminho já delineado na Encíclica Laudato Si. Não é somente a instituição que precisa de cuidado, mas a nossa “casa comum”. A conjuntura brasileira, por outro lado, traz o grande desafio da transição religiosa. As pesquisas apontam uma queda permanente do número de fiéis católicos, chegando abaixo dos 50%. Ao mesmo tempo, a transição alcança o poder político, formando um grande bloco e se alinhando na mesma perspectiva a outros países, especialmente os EUA. A Direita Cristã tem se tornado um desafio não apenas para a Igreja Católica, mas para todas as grandes tradições históricas do protestantismo. Assim, através de pequenos textos, esse livro busca dar uma compreensão da complexidade religiosa em que está situada a sociedade atual, especialmente a sociedade brasileira. Ao mesmo tempo, mostra como o Pontificado do Papa Francisco não está imune a esses desafios na condução da Igreja Católica.