Esta obra descreve o funcionamento do conselho de administração,enquanto mecanismo de governo das sociedades, numaperspectiva pluralista. Vivemos hoje numa sociedade de organizações,com os gestores no centro dos processos de tomadade decião destas, sejam elas de que tipo forem.A partir da separação da propriedade e da gestão das organizaçõesé expectável que as estratégias pessoais dos gestoresinfluenciem as estratégias daquelas, o que levou à implementaçãode orgãos e processos de administração e orgãos eprocessos de direcção, cada um deles com responsabilidadespróprias. Como consequência, as pessoas e órgãos que administramsão diferentes das pessoas e orgão que dirigem,potenciando eventuais conflitos de interesses.O enraizamento dos gestores, em geral, é entendido comouma reacção destes aos mecanismos de controlo dos seuscomportamentos, sendo tido como contrário aos interessesdos accionistas e à eficácia das organizações.Contudo, o enraizamento não é necessariamente ineficaze também pode ser benéfico, sob certas condições. A construçãode relações de confiança com as diferentes partesinteressadas são indissociáveis do meio envolvente e culturalem que ocorrem, contribuindo para diminuir os custos deoportunidade. Permitem, também, a expansão do espaçodiscricionário dos gestores, favorecendo a implementação depolíticas de investimentos mais rentáveis, logo, favorecem acriação de valor.