Mesmo que lenta, porém seguindo dinâmicas maiores, no âmbito regional, as mudanças também ocorreram ao longo dos anos que separam as duas edições de Conta outra, vovô. Nesse período, a obra continuou sendo uma das poucas opções disponíveis na perspectiva didático-pedagógica para que os professores do ensino fundamental trabalhem a história e a geografia regional. A narrativa em forma de diálogo disponibiliza informações por meio de linguagem acessível e, para satisfação da autora, sempre se ouvem adultos comentarem que leram o livro, se identificaram e ampliaram o que sabiam sobre a formação regional. Valendo-se de fontes documentais, fontes orais, entrevistas, internet, mapas, e outros recursos, a professora Laura conduz seus alunos a desvendarem o seu entorno com olhos críticos e apaixonados. Os estudos locais e regionais despertam o sentimento de pertencimento, e isso contribui para a valorização do território, pois percebendo a relevância do local no cenário nacional e global, percebemos também que somos parte dele. E sentir-se parte é também envolver-se nas soluções. O material paradidático é um forte aliado no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que explora recortes específicos não abordados no livro didático. Os estudos locais e regionais contribuem para a formação da identidade, principalmente em tempos marcados pela padronização imposta por um mundo interligado pelas tecnologias da informação. Professores de diferentes escolas e cidades mantiveram vivos os ideais desta autora, diversificaram as fontes de aprendizagem, disponibilizaram informações regionais em forma de literatura e instigaram a atualização da obra. Que outras inspirações tragam novas opções para os nossos alunos.