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Sinopse
Quando a autoridade caminha para o autoritarismo? Podemos reconhecer esse traçado em nossas relações nas esferas privada e pública?
A ficção, como sempre, não dá respostas únicas, sobretudo por que os autores partem de premissas e perspectivas diferentes. É possível, inclusive, que os textos dessa antologia despertem mais perguntas do que respostas para que o leitor se enverede por elas e construa suas reflexões. Por vezes, a autoridade é costurada em relações de poder que se dão nas ações dos personagens sem que eles tenham consciência de que a autoridade avança sobre suas liberdades individuais. Outras vezes, os próprios personagens e narradores transitam de sujeito que possui a autoridade para o que a perverte. Em outros casos, o autoritarismo rompe a fronteira racional e encontra o percurso narrativo da distopia e do realismo mágico. Seria uma saída para falar daquilo que só poderia ser tocado com profundidade de forma simbólica, alegórica?
Há, em Contos Brutos, um sentimento de anomia. O indivíduo, em conflito íntimo, encontra dificuldade para adequar-se às exigências autoritárias, sejam elas externas ou provocadas (pasme) por ele mesmo. As narrativas também se espraiam por jogos de poder, violência, pelas discussões de feminino e masculino e do papel do ser humano enquanto ser vivente e desejante. Como escreveu o filósofo Michel Foucault, o poder não é algo localizado nas instituições, mas construído a partir de uma microfísica articulada entre Estado e estrutura social. Existem, portanto, a dimensão humana e a dimensão política do poder, da autoridade e, consequentemente, do autoritarismo.
Em busca da compreensão dessas esferas, trabalha a Literatura. Não por que possa traduzir ipsis literis a realidade – o espaço literário, como bem pontuou o teórico E. M. Forster, é mais fruto das regras internas da linguagem do que uma mimese do mundo. No entanto, a potência da palavra torna possível exagerar, diminuir, alterar, sobressair, de forma que aquilo que no mundo é enevoado torna-se, não raro, claro sob a luz da Literatura. É como se a Literatura partisse dos objetos e ações do mundo para vivificá-los e tirá-los de sua sonolência e/ou negação.
É o que acontece em Contos Brutos. Velado, nu, ambíguo, cru, o autoritarismo vem para o centro da narrativa para que possamos dissecá-lo, esmiuçá-lo, entender seus símbolos, seus vetores (ou quem sabe até reconhecê-lo em nós mesmos). Se calhar, vale até deixar o livro distraidamente sobre a mesa de centro daquele parente com quem você brigou no Natal passado.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9788566887587 |
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Subtítulo | 33 TEXTOS SOBRE AUTORITARISMO |
Pré venda | Não |
Organizador para link | DEAK ANITA |
Peso | 260g |
Autor para link | DEAK ANITA |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 21 x 14 x 1.2 |
Idioma | Português |
Tipo item | 49029000-JORNAIS E PUBL PERIOD;IMPRESSOS;OUTROS; |
Número de páginas | 208 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2019 |
Código Interno | 886592 |
Código de barras | 9788566887587 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | DEAK, ANITA |
Editora | REFORMATORIO ** |
Sob encomenda | Não |
Organizador | DEAK, ANITA |