Esta antologia, com a vitalidade que a sustenta, transplantou do mundo digital para o livro impresso os contos de cinquenta autores e autoras contemporâneos do Rio Grande do Sul originalmente publicados em várias edições da revista digital SEPÉ. Agora, ela se legitima como um novo marco em nossa literatura, tendo migrado do digital para o analógico numa interação que pode indicar uma possível convivência, embora indeterminada no tempo.A escrita, que fez nascer a civilização, mudou-se de um meio para outro e, mais uma vez, veio perscrutar a nossa condição humana com as intimidades da fabulação literária. Esta antologia tem uma alma digital e um corpo físico. Ganha a textura de uma pele e inspira um cheiro universal sem pressa de se dispersar. Além da significativa expressão numérica de contos e contistas ela confirma o vigor e a capacidade de renovação da literatura rio-grandense. A sua mais importante contribuição foi abrir um espaço diversificado de publicação e oferecer uma significativa mostra da nossa recente produção literária. As mais variadas tendências da nossa contística estão aqui contempladas. Isto legitima a natureza oportuna e necessária da sua versão impressa em livro. Diante da diminuição ou mesmo da extinção de alguns suplementos literários, com raras e honrosas exceções, na chamada grande mídia impressa, a SEPÉ superou o impasse do choramingo ou do xingo,e se apresentou.