A obra reproduz uma parte da sétima edição da compilação dos chamados "contos domésticos" - que depois passaram a se chamar "contos de fadas" - realizada pelos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, durante o século XIX. Recém-formados em Direito, os jovens começarem a colaborar numa publicação que versava sobre o folclore e o cancioneiro popular alemães, numa época em que se promovia um retorno às tradições "nacionais" e à "descoberta do povo". O intuito era proteger e preservar as narrativas orais para as futuras gerações, de modo a prestar não somente um serviço à história da poesia e da mitologia, mas também servir como um livro educativo e puro, no sentido de uma narrativa correta, que não contivesse nada injusto nas entrelinhas. A primeira edição, de 1812, continha oitenta e seis narrativas - basicamente o que os irmãos Grimm haviam recolhido de tradições orais ao longo de mais de uma década junto aos camponeses da região de Hessen, que mantinham as antigas lendas muito vivas na memória. Como descrevem os autores nos prefácios às edições subsequentes, a partir de 1819, foram sendo realizadas revisões de ordem estilística e de conteúdo e, como consequência, muitas histórias foram sendo adicionadas ou subtraídas. Os contos populares passavam por um processo de depuração, eram reescritos e retrabalhados até que os irmãos julgassem ter chegado a uma espécie de redação ideal. Assim, davam-lhes forma em expressão e adequação do vocabulário, aplicando um estilo mais suave às histórias, amenizando a violência e a crueldade de modo a excluir toda e qualquer expressão não adequada para a infância. Com o estilo linguístico simplificado e o uso do diminutivo, os irmãos deram a esses contos uma forma "inofensiva", com "finais felizes" e os transformaram em clássicos da literatura mundial. Para esta publicação, com tradução, prefácio e notas de Vera Barkow, Paulinas Editora selecionou cem "Contos infantis e domésticos" (Grimms Märchen), como Chapeuzinho Vermelho, O alfaiatezinho valente, Rapunzel, Branca de Neve e A bela adormecida, mais as dez "Lendas infantis" (Kinderlegenden) que compunham um anexo à segunda edição, de 1819. Os contos de fadas dos Irmãos Grimm foram traduzidos para cento e sessenta idiomas. Fazem parte dos livros mais conhecidos da herança cultural alemã e difundidos em todo o mundo.