“Os Contos Infantis são umas narrações singelas, em que procuramos fazer sentir aos pequeninos paixões boas, levando-os com amenidade de história a história.
Alguns episódios podem ser tidos como não naturais; são aqueles em que as flores falam e os animais raciocinam; mas isso mesmo o fizemos como tática sutil, para tornarmos animais e flores compreendidos e estimados pelas criancinhas.
Assim, todas as nossas histórias são simples; narrações de fatos realizados, muitas. Julgamos que quanto mais aproximado for da verdade o assunto, mais interesse desperta em quem o lê. Desta arte o pequeno leitor seguirá, entretido, a história de uma menina pobre; de uns pombinhos mansos; de uma velha engelhadinha e trêmula; de um burrinho trabalhador; ou de uma mãe carinhosa, – parecendo-lhe ver: na menina pobre, a filha de um vizinho; nos pombos mansos, uns que lá vão a miúde ao seu jardim, e aos quais nunca mais fará mal; na velhinha, a sua avó querida; no burrinho trabalhador e paciente, o pobre burro magro de um carroceiro bruto; e, finalmente, na mãe carinhosa, a sua própria mãe!
Ele verá então com simpatia os que sofrem, afeiçoando-se assim à grande família dos infelizes!
O nosso fito é a educação moral e estética; um desejo que, por ser bem-intencionado, nos deve ser permitido.
Que uma única criança, que nos ler, pratique, imitando um de nossos heróis, uma ação boa e ficaremos bem pagas da canseira.”
— Do prefácio.