Realidades ou fenômenos distintos parecem exigir critérios normativos diferenciados para serem interpretados de forma adequada. Isso é especialmente verdadeiro no âmbito da moralidade.
A ideia geral deste livro é defender uma teoria moral mista que possa integrar elementos essenciais de uma ética contratualista e de uma ética das virtudes e resolver de maneira mais eficiente um conjunto significativo de problemas morais e políticos, em especial o problema da atribuição de responsabilidade moral e da justificação da punição legal.
O autor defende uma tese metaética central, a saber, que os valores morais devem estar conectados de alguma forma com os fatos do mundo, sem ser reduzidos a eles. A maneira mais eficiente para justificar os juízos morais será pela coerência de uma crença moral com um conjunto coerente de crenças morais e não morais. Por essa razão, o método do equilíbrio reflexivo tem destaque nessa proposta.
Esse esquema conta com uma semântica cognitivista – com um tipo de cognitivismo vinculado a um contextualismo – para se encontrar o significado dos juízos morais por meio de uma convergência prática, contando também com uma ontologia construtivista, de modo que se tomem os valores morais não como fatos independentes, mas como algo que terá sua objetividade dada pelas circunstâncias de
sua construção.