Conversa sobre a Poesia é um dos textos fundadores do chamado Primeiro Romantismo Alemão, o movimento literário e crítico surgido em Jena e Berlim entre 1797 e 1800–1801. Trata-se de um diálogo entre sete amigos, nos quais é possível reconhecer, com maior ou menor certeza, as principais figuras que compunham o círculo romântico: Friedrich Schlegel, August Wilhelm e Caroline Schlegel, Friedrich Schelling, Friedrich von Hardenberg (Novalis), Dorothea Veit, Ludwig Tieck, e Friedrich Schleiermacher. De um ponto de vista histórico, esta obra é sob muitos aspectos um compêndio em que são apresentados sinteticamente os conceitos fundamentais da estética romântica, como a ironia, o Witz, a crítica, a mitologia, o romance, o arabesco. O seu móbil, no entanto, é muito simplesmente a questão da representação da poesia enquanto tal, o modo como podemos falar e reflectir sobre ela. Será a poesia — e, assim, a arte — em primeiro lugar o objecto de uma teoria ou de um saber históricos, que se trataria apenas de separar e classificar em categorias, géneros, épocas e escolas? Ou será antes um todo indivisível, um conceito universal que não só faz parte da vida, como compreende em si mesmo a própria vida? Em que condições é possível ou legítimo falar da poesia em termos absolutos?