A justificativa para o papel assumido pela tecnologia na evolução da indústria cinematográfica tem gerado muita controvérsia e debate e a tarefa de elucidar os fatores específicos que influenciaram – ou determinaram – o desenvolvimento e a introdução da tecnologia da cor pelo cinema não se deu de maneira menos controversa. Embora diferentes pesquisadores tenham considerado o processo de introdução da cor no contexto cinematográfico a partir de vários parâmetros de análise, até a presente data não há um estudo abrangente, pelo menos em língua portuguesa, sobre a história da cinematografia em cores. As discussões postas aqui têm, portanto, a finalidade de alcançar um entendimento mais completo dos fatores que contribuíram para a introdução da cor pela indústria cinematográfica e o seu impacto, considerando uma variedade de fatores relacionados. Neste livro são discutidas diferentes teorias que lidam com a introdução de novas tecnologias no cinema, especialmente aquelas que buscam explicar a introdução, desenvolvimento e, mais tarde, estabelecimento da cor, assim como o papel que esta assumiu no contexto da “linguagem” do cinema. O pressuposto em nível mais geral é o de que o desenvolvimento e uso da cor em filmes foi o resultado de um número de condições interagindo em conjunto, e que estas condições estavam vinculadas a fatores sociais, econômicos e estéticos.