Como o corpo pode ser trabalhado na Educação Física escolar? Até que ponto as intervenções pedagógicas silenciam ou potencializam os corpos que transitam pelo espaço educacional? Estas e tantas outras questões necessitam ser enfrentadas a partir de concepções de corpo que o considerem não apenas como um conjunto de órgãos ou como máquina, mas em seu enraizamento cultural. A Educação Física do final do século XX já anunciava promissores debates para se pensar o corpo em uma perspectiva sociocultural. O âmbito escolar e a formação de professores, entretanto, se muito avançaram em termos de diálogo com essa perspectiva, parecem ainda carecer de alternativas ligadas à intervenção pedagógica. A presente obra pretende colaborar para ampliar as possibilidades pedagógicas relacionadas ao trato com o corpo, especialmente na Educação Física. Desde a infância, passando pelo ensino fundamental e jovens e adultos, dialoga com desafiantes e enriquecedoras formas de se pensar/agir/lidar com o corpo na educação básica e no ensino superior. As experiências e provocações trazidas por autores, cujas trajetórias se confundem à da Educação Física, levam o leitor a refletir sobre as potencialidades do corpo e a necessidade de não o silenciar. Ao contrário, dar voz aos corpos talvez seja uma das principais chaves para abrir as portas rumo a uma formação para a autonomia, em diálogo com o respeito à diversidade dos corpos e às sensibilidades.