Obra resultante da tese de doutoramento da autora em Estudos Feministas apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra a 30 de setembro de 2013. Primeira tese em Estudos Feministas feita em Portugal. (http://saladeimprensa.ces.uc.pt/ficheiros/noticias/2135_8_4_2010_publico.pdf) A autora deste estudo é de origem palestiniana, mas nunca pôde visitar a sua própria vila. Faz parte dos largos números de palestinianos no exílio, sendo assim a Palestina uma identidade sua tão palpável e indissociável como a impossibilidade de lá permanecer, uma identidade refratária partilhada por todas as mulheres palestinianas que, como ela, se encontram exiladas. Encarando a linguagem da arte como uma extensão da expressão de experiências reais, esta obra utiliza como objeto de análise a arte produzida por mulheres palestinianas no exílio. É estabelecida uma analogia entre o símbolo da "trouxa" no exílio palestiniano e a criação artística que inclui as memórias herdadas da Palestina e as histórias de vida na fronteira das artistas. A produção artística é, portanto, entendida como a maior ligação destas mulheres à Palestina. Endereça-se a possibilidade da existência de uma resistência feminista, política e palestiniana à ocupação israelita na construção de uma narrativa artística a respeito da Palestina e nos modos de representação dos corpos reconfigurados na arte. A autora propõe que a reformulação os corpos na arte das mulheres palestinianas se trata de um lugar compensatório do território interdito. Trata-se de uma obra com cadência marcadamente poética, em que a própria tese científica é conceptualizada como produção artística. Poderá suscitar particular interesse à luz do momento presente em que o interesse pela condição de refugiado está mais próximo do público português.