A família Guimarães/Guimaraens é provavelmente a única no Brasil e, quem sabe, no mundo que possui uma dinastia de poetas. A poesia passa de geração a geração, como águas de um rio que descem da mais alta montanha e se espraia na planície em direção ao mar. Não se conhece nenhuma outra família que tenha tantos poetas: 11. Desde o século XVIII até o século XXI, este é o 4º século em que o talento poético se concentra no mesmo grupo familiar, com a mesma força e qualidade. Entre eles, conhecemos, pelo menos, dois de maior destaque: Bernardo Guimarães, também autor de “A Escrava Isaura” e Alphonsus de Guimaraens, notável poeta simbolista, sempre citado por causa de seu poema “Ismália”. A poesia escolheu os Guimarães/Guimaraens como seu melhor lugar para estar. Afonso Henriques Neto, poeta da 5ª geração, tão discreto quanto os demais, faz parte da Geração 60, porém começou a publicar apenas às vésperas do surgimento da Poesia Marginal, no final dos anos 1970, sendo incluído no livro “26 Poetas Hoje” (1976), de Heloisa Buarque de Hollanda. A ele, coube organizar esta antologia dos Guimaraens, por sugestão da própria editora, que percebeu a incidência dos poetas na família. Nunca foi feito um levantamento destes antes. Nem o próprio Afonso se deu conta de que nunca se publicou este apanhado dos poetas da família desde o século XVIII. Lapso este sanado agora.