Esta obra do canadense Charles Norris Cochrane (1889–1945) aborda uma mudança fundamental no pensamento e na ação humana ocorrida entre o mundo de Augusto e Virgílio e o mundo de Teodósio e Santo Agostinho. O autor, conciliando clareza e profundidade, examina o contraste – e, às vezes, o conflito – entre a cultura da era clássica, com seu empenho em entender o mundo em termos puramente racionais, e a compreensão radicalmente nova da realidade desenvolvida e difundida pela cristandade. Ele estuda em detalhe as diferenças entre as duas visões de mundo, destacando especialmente as relações entre Igreja e Estado e o impacto que tiveram o reinado de Constantino e a difusão do cristianismo na história do Ocidente. O ponto de partida de suas análises é o império de César Augusto, com sua pretensão à “eternidade” como uma expressão final e definitiva da ordem clássica. Como disse o crítico John Taylor, “da análise das relações entre Igreja e Estado, passando pelo estudo do impacto produzido pelo império de Constantino e a expansão do cristianismo, até a dissecação técnica de formas de ver o mundo diametralmente opostas, Cristianismo e cultura clássica sobreviveu ao teste do tempo, e permanece como um pilar de análise religiosa, filosófica e cultural”. Tradução de Eduardo Francisco Alves