Fabio de Sousa Coutinho pertence a uma das mais nobres linhagens da cultura brasileira: a dos juristas que sabem escrever, elenco portentoso que vai de Ruy Barbosa a Evaristo de Morais, de Joaquim Nabuco a Evandro Lins e Silva, doutos o bastante para que neles coubessem a ciência do Direito e a arte da Literatura. Nomes, alguns deles, que, não por coincidência, ilustram estas Crônicas de um leitor apaixonado, que reúnem textos originalmente saídos em folhas da imprensa e em blogs da internet. À brilhante obra do cronista, juntam-se as falas que proferiu na tribuna, ao empossar-se em relevantes instituições acadêmicas ou quando nelas saudou novos ocupantes das cadeiras. Quer nos textos para jornais, escritos como quem conversa, quer na produção ensaística, mais profunda e substanciosa, o autor destaca-se pela clareza do pensamento, pela correção da língua, pela elegância do estilo. Sem a empáfia dos imodestos, discorre com simplicidade e com sabedoria sobre William Shakespeare, Pablo Neruda, Ernest Hemingway, Machado de Assis, Ruy Barbosa, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Ivan Junqueira, Antonio Carlos Secchin, Lêdo Ivo, San Tiago Dantas, Lúcia Miguel Pereira, Nelson Rodrigues, Otto Lara Resende, Humberto Werneck, Jorge Amado, Lúcio Cardoso, Lygia Fagundes Telles, Ana Miranda, José Paulo Cavalcanti Filho e Antonio Candido. Ou seja: oferece ao leitor um rico painel da literatura mundial e da cultura brasileira, a partir dos autores e dos livros que melhor as representam.