Crônicas do Vento de Abril é uma coletânea de textos da escritora e jornalista Sonia Zaghetto. Na apresentação, o escritor Rey Vinas define as crônicas como "escritos que se debruçam sobre nas coisas essenciais da vida, os episódios que se posicionam acima das frivolidades de um mundo edênico, nos relatos em que a fragilidade, o embaraço, a dor e a esperança se misturam ou dialogam. E como é disso que se faz a vida, como é com esse traço que se desenha em cores nítidas a emoção vivida, o que Sonia escreve adquire a qualidade especial de almejar a permanência na transitoriedade". O que a autora apresenta ao leitor é algo além do registro da "superfície" com que lida a crônica banal. É o sumo das experiências que surgem a cada hora, a poética do vivido em baixa rotatividade, a dor e a beleza das coisas simples tais como são da casca para dentro. Sonia escreve sem o pudor de desbaratar a emoção, num ritmo quase sempre tranquilo: "Hoje abri um livro e dele caiu a folha de bordo que eu trouxe de Montreal. Flutuou até o chão e o gato a destruiu em segundos. Tornou-se pó. Imediatamente lembrei de Elizabeth Bishop e seu poema sobre a arte de perder". Há uma relação fluida e transparente entre imagem e pensamento, uma associação fácil, mas não facílima, entre coração e intelecto. É crônica, mas também poema.