O livro é uma viagem no tempo, na medida em que vou e volto em permanente peregrinação por lugares que frequentei na infância, depois juventude e, por fim, na vida adulta. Assim, por meio dos três ambientes literários que ofereço para leitura, quais sejam, crônicas, outras reflexões e poemas, procuro construir um edifício literário que contemple em sua estrutura meu carinho pela cidade que escolhi para viver, minha religiosidade, meu respeito aos valores históricos dos acontecimentos que promovem as mudanças comportamentais nas pessoas e nas instituições, ao mesmo tempo em que viajo pelos poemas antológicos, em que enalteço o amor por minha companheira, meus filhos e netos, outras pessoas, momentos e lugares que carrego em minha memória afetiva. No segmento “Crônicas” faço um passeio nostálgico pela Cuiabá dos anos 60, época em que vivi próximo à antiga Igreja Matriz do Bom Jesus de Cuiabá e das praças centrais que, por sinal, cercam-nas em dois de seus lados; falo de meu regresso, então como um jovem que se espanta com as mudanças do progresso e o descuido com o passado arquitetônico e cultural da cidade, ao mesmo tempo em que encontra pessoas queridas; traço uma linha que une passado e presente, relatando minhas relações com meus pais, irmãos, parentes e amigos, meus sentimentos e formação familiar, em que o respeito e a moral eram exaltados e incentivados. Em “Reflexões”, viajo por ambientes que me atingem de forma mais contundente no que se refere ao modo de ver e sentir os reflexos do tempo e das ações que se traduzem em mudanças comportamentais, como as amizades, o trabalho e a família. E em “Poemas”, sigo o coração e o instinto em elucubrações sobre temas como o amor, a vida, os amigos, lugares e outros pensamentos libertos que a mente produz.