Da lei aos desejos: o agendamento estratégico do Supremo Tribunal Federal faz um percurso para a origem da exposição do STF nas agendas midiática e pública, nos dando pistas para entender como o Tribunal e seus ministros se tornaram elementos pop na sociedade brasileira. Para compreender o 8 de janeiro de 2023 é preciso pensar historicamente. A análise volta ao final dos anos 1980, à redemocratização e segue até o momento em que as câmeras chegaram ao Tribunal, o início do juiz-herói e o prelúdio do mensalão.
Além de contar uma história, com elementos dos bastidores da montagem da Assessoria de Comunicação e da cobertura do Supremo, o livro avança criando um conceito que une o agenda-setting, do campo da Comunicação, com o judicial behavior, da Ciência Política. É dispor aos interessados e estudiosos da área um ferramental teórico que ajuda a compreender não só o Supremo, como outras cortes e tribunais em seu comportamento estratégico no que se refere à Comunicação.
A tese expressa no livro une o que se chama de dinâmica comunicacional ao contexto político e cria variáveis para um modelo de análise. Em suma, a história é permeada por teoria da mesma forma que a inquietação do estudo de campo encontra a fala e o cotidiano de quem vivenciou esse processo. É o jornalismo e a pesquisa com um olhar histórico sobre como o Supremo foi aprendendo o jogo midiático. É olhar o trajeto da institucionalidade aos holofotes. Fechando um ciclo, como já enunciamos: da lei aos desejos.