Nesta premiada coletânea de contos, o leitor encontrará condensado o universo ficcional de Sergio Faraco – um dos maiores contistas brasileiros vivos. Obra de um autor-artesão que preza a palavra exata, a tensão contida e, sobretudo, os dramas internos do indivíduo, Dançar tango em Porto Alegre mostra não pérolas, mas gemas cuidadosamente lapidadas da narrativa curta brasileira contemporânea, concentradas em três temas prediletos do autor. Primeiro, contos desenvolvidos na paisagem rural fronteiriça do Rio Grande do Sul, onde os protagonistas debatem-se intimamente entre, de um lado, a tentativa de reter valores ancestrais e o próprio passado que se esvai e, do outro, a submissão à modernização e à passagem do tempo; em segundo lugar, narrativas sobre o trespassar da inocência infantil por fortes experiências emocionais e de iniciação sexual; e, por último, contos sobre o indivíduo que, melancólico e solitário, não se adapta ao espaço urbano. O resultado de tal visão de mundo combinada com a exigência artística de Faraco são contos que transmitem a sensação de conterem tudo que havia a ser dito, e de não dizerem nada que não seja absolutamente necessário e vital. Dançar tango em Porto Alegre recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prêmio Nacional de Ficção, 1999. Contos: "Dois guaxos" "Travessia" "Noite de matar um homem" "Guapear com frangos" "O voo da garça-pequena" "Sesmarias do urutau mugidor" "A língua do cão chinês" "Idolatria" "Outro brinde para Alice" "Guerras Greco-Pérsicas" "Majestic Hotel" "Não chore, papai" "Café Paris" "A dama do bar Nevada" "Um aceno na garoa" "No tempo do trio Los Panchos" "Conto do inverno" "Dançar tango em Porto Alegre"