A vida da esposa de Getúlio Vargas - Darcy Sarmanho Vargas - pode revelar muito sobre os principais acontecimentos da história brasileira dos anos 20 aos 60 (sua morte foi em 1968). Sua presença durante o cerco ao Palácio Guanabara pelos integralistas, as balas atravessando seu quarto, são um exemplo disso. Sua atividade assistencial, que, durante a II Guerra Mundial provocou a primeira grande mobilização das mulheres brasileiras - as Voluntárias da Defesa Passiva, o auxílio às famílias dos pracinhas - estendeu-se até sua morte, e estabeleceu um modelo (nem sempre seguido) para as primeiras-damas do País, com a criação da LBA, da Casa do Pequeno Jornaleiro e da Cidade das Meninas, onde se previa inclusive formação profissional para as abrigadas. Além disso, a vida social da época pode ser retratada pelas férias em Poços de Caldas e a amizade com a família de Benedito Valladares e outras, com sua roda de biriba, seu uísque on the rocks e seu gosto pela alta costura, que se revezavam com as tardes de costura para pobres e as viagens pelo país para auxiliar vítimas de secas e enchentes. Os amigos Austregésilo de Athayde, Rodrigo Otávio, Paulo Moutinho; o impacto da morte prematura do filho Getulinho; sua dedicação à filha Jandira; sua atuação nos momentos finais do Presidente Vargas. O que Dona Darcy significou e significa para os familiares, amigos e políticos.