Em 1977, quando publicou seu livro autobiográfico Depois de Tudo, Geraldo Ferraz comentou a libertação de Lourenço Diaferia - jornalista da Folha de São Paulo - preso por artigo em que celebrara a heroica bravura de um soldado que havia salvo um garoto caído no poço das ariranhas no zoológico de São Paulo e contraíra uma infecção que o levara à morte. Eram os anos da ditadura militar no Brasil. Partindo dessa comemoração, Geraldo Ferraz monta seu livro, em que a autobiografia, distante das numerosas páginas em que esse gênero se inscreve, é feita a partir da infância amarga até seu falecimento em 1979, de fatos jornalísticos em que ele apresenta nomes da importância cultural de Sergio Milliet, Flavio de Carvalho, Assis Chateaubriand, Mario Pedrosa, Pietro Maria Bardi, Lucio Costa, Gregori Warchavchki, Lazar Segall, Patrícia Galvão e sua última esposa , a pintora Wega Nery. Geraldo Ferraz iniciou sua carreira como tipógrafo, revisor, até chegar à redação do jornal Diário da Noite (SP) indo depois para os Diários, no Rio de Janeiro. Foi crítico de arte por quase vinte anos no jornal O Estado de São Paulo, foi fundador do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, “açougueiro” da Revista de Antropofagia da qual faziam parte os modernistas e, com Mário Pedrosa, fundou e dirigiu o semanário O Homem Livre, em que combatia a ação integralista, o nazismo e o fascismo. Geraldo Ferraz terminou sua carreira em Santos, como redator-chefe do jornal A Tribuna. Faleceu em 1979, em sua casa na Rua dos Coqueiros, na praia de Pernambuco no Guarujá.