Este livro pretende colaborar para a interpretação sob a ótica das relações internacionais de episódios que marcaram os sete meses do governo Jânio Quadros, interrompido pela sua renúncia no dia 25 de agosto de 1961. Várias têm sido as publicações editadas a partir dessa data sobre os rumores assumidos pela política externa independente mas poucas, certamente, tomaram como ponto referencial seu idealizador e promotor, como neste trabalho. Decorridas mais de quatro décadas, o empenho de Quadros em uma nova formatação à presença do país no exterior demonstrava sua sensibilidade para um mundo em transformação, no qual buscava a intercolocação com atores emergentes na África e na Ásia sem marginalizar as Américas, prioridade permanente. A revolução cubana e a defesa da autodeterminação, o surgimento do Terceiro Mundo como expressão política e o agravamento das tensões da guerra fria requeriam a reformulação de conceitos tradicionais da política externa, na tentativa de fazer do país um protagonista e não um espectador da cena mundial.