O livro de poesia experimental Desaforismos & Tramas de Metrô assinado por Flávio Viegas Amoreira manifesta uma construção silogística fincada em um alicerce multifatorial, problematizando dessa maneira os desdobramentos da cosmovisão na criação literária ao enaltecer a poesia dentro dos gêneros do discurso – centralizando-a na reflexão duma poiesis de envergadura e que contemple conjuntamente o quotidiano, dessarte discernindo-a para além da teleologia e da crítica genética, como possíveis balizas interpretativas da obra, que se faz pujante entre a tradição secular e a vanguarda. Com uma estética majoritariamente discursiva, preconizando a transcendência da contemplação meramente estética ou técnica ao desvelar a exponencial reflexão existencialista e fenomenológica, fixa no processo uma rigorosa metafísica prismática do eu-poemático. Intermediado por tipologias funcionais, rememorações intertextuais, alegorias e emulações, num exercício de desconstrução estética e transcriação, transitando entre vertigens pelo canal do instantâneo, com efeito lancinante como método para desbravar em relatos e solilóquios as precariedades das vicissitudes do quotidiano, de feitio peculiar ao tranZmodernismo.